sexta-feira, 8 de julho de 2011

Banca de Jornal



A banca de jornal, me lembro, era um lugar especial na minha infância. Lá eu conseguia os álbuns e figurinhas, as revistas MAD, as revistas em quadrinhos; os adultos compravam jornal. Ficava amigo de todos os donos de banca.

De tarde, a hora de sair para alguma compra, ou, no início do mês quando ganhava algum dinheiro e ia comprar minha MAD mensal, afinal fui um grande colecionador mas vendi tudo a uns 2 anos, eram momentos ótimos, é difícil descrever o que são estes pequenos passeios e estes pequenos mimos, talvez, um cotidiano sem desastre algum.


Mas ainda na infância percebia que nem todas as bancas possuíam este ar, compunham aquele ambiente onde sempre me lembraria dos senhores que nos vendiam as figurinhas. Alguns pareciam sombrios. E um amigo me levou em um deles pois dizia haver revistas com fotos inacreditáveis. Fui lá e como nunca mais na minha vida me senti um criminoso, voltando com a 'mercadoria' embaixo da blusa.

Obviamente um meliante sem qualquer experiência, e o mistério não durou 10 minutos e fomos pegos. Minha mãe fez um escândalo com o dono da banca, e nunca mais passei lá na frente, sempre atravessei com vergonha de encarar meu 'comparsa' lá na banca.


Porém hoje fico abismado de ver como que bancas normais, que frequentam crianças, há um número imenso de revistas de nudez, claro, não são do nível daquelas que tinha comprado com 11 anos, mas é muita nudez 'não-artística', mesmo que digam o contrário. Em jornais e revistas inclusive.

Não me pareceu mais, pelo menos aqui no bairro, haver aquela banca que era um pequeno castelo da infância, e o filtro infantil não dura muito... eu quem o diga!

Os donos de banca, sei, precisam ganhar dinheiro, porém, talvez o negócio que tem em mãos, em vista destes estímulos nús, afaste a clientela mais fiel e mais desejável de todas, as crianças, e com certeza meus filhos.




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