segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Detroit


Em Detroit é assim,


As pessoas se ocupam apenas com o amor, e em cada esquina topamos com assaltos de nossos desejos mais profundos.

em Detroit o dia demora a nascer, estamos ainda pesarosos, os amores perdidos batem as 06:00, abrem nosso quarto, nos retira o cobertor, com gentileza, molham nosso rosto e aprontam a cama para o dia seguinte. À tarde encontramos amores impossíveis, o crepúsculo nos desperta os sonhos de eternidade, a noite estamos diante do nada, vazio do outro, os olhos sem vida sem cor a nos olhar, a certeza do desamor é certeza, mas a certeza do amor, nunca, isto é cruel Jesus.

Ninguém mais vive em Detroit, apenas a pouca gente, reconhecer alguém nas ruas de Detroit é amargo e frio, a mendicância cresce em Detroit, perdidos todos em Detroit, a cidade do amor.

Me perguntam sempre, como é a vida em Detroit.

Em Detroit vemos um ponto-de-fuga, no limite da cidade, é lá onde os pares se encontram, é lá no encontro que o amor acontece, nas madrugadas paramos para admirar a lei da cidade.

Quem pôde construir uma cidade assim como Detroit?

Para sobreviver nas ruas de Detroit somos forçados a mudar, a plasmar nossa espécie no limite de tudo que é sagrado, tudo para que não nos reconheçam, as esquinas são sempre perigosas, não há limites em Detroit...